Moisés foi adotado pela filha de Faraó. Rômulo e Remo, fundadores de Roma, foram criados por uma loba. Estes fatos, verdadeiros ou não, nos mostram que mães abrem mão de seus filhos quando não têm meio de mantê-los consigo.
É fácil imaginar a enorme angústia de quem engravida, em um momento da vida em que a gravidez não podia acontecer. E, se a mãe entrega seu filho para adoção, o desejo dela é que alguém o assuma como seu, e não que ele vá parar num abrigo.
Entregar o filho a alguém que o queira configura a chamada ADOÇÃO DIRETA, que a lei não proíbe (ECA, art. 50, § 13 e 166), porém, o Ministério Público, ao tomar conhecimento do acontecido, ingressa com pedido de busca e apreensão sem avaliar a situação em que a criança se encontra e se estar naquela família atende seus interesses, ou não. A criança vai para um abrigo e muitas vezes fica por lá anos, à espera de um lar que a adote.
A forma como está regulamentada a adoção no Brasil não funciona. Leis são editadas cada vez mais rígidas. Cadastros e mais cadastros são criados na tentativa de aproximar filhos à espera de pais e pessoas que os querem como filhos.
Tanta burocracia faz com que, crianças e adolescentes sejam mantidos em abrigos por muitos anos. Por lá crescem e quanto mais crescem, maiores são as dificuldades de convivência com quem deseja adotá-las. São crianças e adolescentes que não conseguem desenvolver um apego saudável, com grandes dificuldades de interação social. Essa é uma realidade que muitos não veem.